Montagem mineira “A Barbearia” no Museu da Moda em Belo Horizonte

Montagem mineira “A Barbearia” no Museu da Moda em Belo Horizonte Montagem mineira “A Barbearia” no Museu da Moda em Belo Horizonte

Montagem mineira “A Barbearia” no Museu da Moda em Belo Horizonte

. Sortimento Programação Digital . Teatro em Belo Horizonte . O espetáculo “A Barbearia”, uma das obras mais instigantes da dramaturgia latino-americana, baseado no texto da consagrada autora argentina, Griselda Gambaroe e direção de Hailton Karran, faz um mergulho no universo do teatro do absurdo, evocando o estranhamento como ferramenta de reflexão sobre temas urgentes: a repressão, o abuso de poder e os riscos da passividade diante da opressão.

A montagem com os artistas Deávila Marques e Luiz Garcia terá apresentações nos dias 4, 11 e 18 de outubro (sábados), às 15h, no Museu da Moda – MUMO ( Rua da Bahia, 1149 – Centro ), em Belo Horizonte / MG. A apresentação no dia 4 terá tradução em LIBRAS. Os ingressos são gratuitos, mediante a retirada no site Sympla ou na bilheteria do espaço nos dias das sessões.

“Por meio do estranhamento característico do teatro do absurdo, o trabalho instiga o público a pensar sobre os mecanismos que sustentam relações abusivas, tanto no nível pessoal quanto social e político”, comenta o diretor Hailton Karran.

“A Barbearia”

Um barbeiro calado e de gestos calculados recebe um jovem cliente tímido. O que começa como um simples corte de cabelo se converte em uma atmosfera sufocante, marcada por imposições sutis, manipulação psicológica e tensão crescente. É a partir desse enredo que a montagem leva para o Museu da Moda uma experiência teatral intensa, baseada no texto da argentina, Griselda Gambaro. O diretor Hailton Karran conta que o “ponto de partida para a adaptação mineira foi a potência da peça em transformar um espaço cotidiano — a barbearia — em palco para discutir relações de poder, opressão e submissão, estabelecendo um diálogo direto com o contexto político latino-americano e com questões atuais.”

A encenação dialoga diretamente com o contexto político e histórico latino-americano, mas encontra eco nas inquietações do presente, convidando o público a pensar sobre os mecanismos – muitas vezes silenciosos – que sustentam relações abusivas. Esse contexto se revela nos diálogos e nas ações dos personagens, em especial no jogo de poder entre barbeiro e cliente, conforme explica o produtor do espetáculo Leandro Porto. “A repressão, a manipulação psicológica e a imposição de autoridade evocam situações vividas em regimes autoritários da América Latina, mas também dialogam com as formas de opressão atuais. O discurso dos atores, marcado pelo silêncio, pela tensão e pela sugestão, cria metáforas potentes para a violência política e social na região.”

“Mais do que um drama de dois personagens, “A Barbearia” é um mergulho no universo do teatro do absurdo, evocando o estranhamento como ferramenta de reflexão sobre temas urgentes: a repressão, o abuso de poder e os riscos da passividade diante da opressão. A encenação dialoga diretamente com o contexto político e histórico latino-americano, mas encontra eco nas inquietações do presente, convidando o público a pensar sobre os mecanismos, muitas vezes silenciosos, que sustentam relações abusivas”, pontua Hailton Karran.

O Museu da Moda como palco para o espetáculo também conversa com a proposta da montagem de ressignificar e provocar no espectador o inesperado, intensificando o estranhamento proposto pelo teatro do absurdo. “No MUMO, a encenação dialoga com a arquitetura e a atmosfera do espaço, potencializando a proposta do espetáculo de transformar lugares cotidianos em ambientes de reflexão e estranhamento”, sublinha Leandro Porto.

O produtor completa que a escolha do MUMO também teve como propósito ampliar a experiência do público e reforçar a democratização do acesso à arte. “Levar o espetáculo para espaços alternativos rompe com a ideia de que o teatro precisa estar restrito a palcos convencionais. Além disso, estar no MUMO tem um valor simbólico e histórico, além de fazer uso de equipamentos culturais municipais gratuitos e estar inserido na Zona Cultural Praça da Estação.”

Fonte : Cristina Sanches | CS Comunicação e Arte