Boogarins mostra músicas ao vivo do álbum Bacuri
Por Giuliano Mendes*
O Boogarins está em turnê para mostrar as músicas do mais recente álbum: Bacuri. O grande desafio é tentar fazer que a sonoridade psicodélica tradicional da banda tenha êxito quando executada ao vivo. Até mesmo o Pink Floyd, que flertou com o estilo no início da carreira, em alguns shows na década de 70 sentia dificuldades em conseguir reproduzir nas turnês. Muito em razão dos equipamentos da época não terem a tecnologia necessária para se atingir o padrão desejado.
Mas com a evolução tecnológica, a situação fica melhor para a maioria das bandas que tem acesso a bons equipamentos. O Boogarins, no caso, conseguiu mostrar no bar Opinião, em Porto Alegre/RS, que é possível demonstrar a psicodelia até mesmo para o público formado por pessoas na faixa dos 20 anos de idade. Bacuri é um álbum de uma banda madura. Na minha visão, a canção fica bem presente, principalmente comparado aos trabalhos anteriores da banda.
No show em Porto Alegre, o Boogarins executou Bacuri na íntegra, iniciando com a faixa título, cantada pelo baterista Ynaiã Benthroldo. Aliás, esta é uma característica da banda: todos os integrantes cantam. Logo em seguida foi apresentada Corpo Asa, umas das melhores do álbum e cantada pelo guitarrista Dinho Almeida. Neste momento, o guitarrista Benke Ferraz identificou alguns problemas com o equipamento, o que o obrigou a verificar no meio de algumas faixas no início do show.
Após a execução das faixas de Bacuri, a banda apresentou algumas antigas e já clássicas, com destaque para Doce do álbum As Plantas que Curam, cantada por toda plateia no Opinião. O som ao vivo do Boogarins traz o público para perto da banda. Fica nítido como até mesmo as faixas de Bacuri já são cantadas em coro. O único ponto negativo é o excesso de efeitos em todas as músicas da banda, o que torna o show um pouco maçante.
*Giuliano Mendes : músico e jornalista
