Neide Nazaré lança EP Equidade que enaltece a força e a delicadeza feminina
.| Programação Digital – Sortimento Música |. A cantora e compositora paulistana Neide Nazaré, considerada uma das vozes mais expressivas do forró nacional, lança seu primeiro EP, ‘Equidade’. A artista consolidou carreira no forró como Neide Gara-pé e foi apelidada por Dominguinhos de “Princesinha de Nazaré” como referência ao seu pai, Luiz Nazaré.
O EP ‘Equidade’ de Neide Nazaré está disponível nas plataformas de música ( Spotify, iTunes/Apple Music, YouTube Music, Instagram, Deezer, TikTok, Amazon e Tidal ).
EP ‘Equidade’ de Neide Nazaré
O disco, com arranjos e direção musical do sanfoneiro e compositor Cicinho Silva, é formado por quatro composições inéditas, assinadas por mulheres, que falam de feminilidade e passeiam por ritmos genuinamente brasileiros como xaxado, ijexá, xote e cacuriá.
A primeira faixa de Equidade é “Essência” (Neide Nazaré), que traz o xaxado, ritmo forte do sertão Pernambucano cuja origem está ligada ao cangaço e foi popularizado por Marinês, a ‘Rainha do Xaxado’. A letra enaltece a essência feminina, canta a liberdade conquistada, a luta em todos os meandros da vida: (…) Pronta para duelos, enfrenta o que vier / A mulher, em sua essência, sabe renascer / Formando laços, fortes como aço / Empoderada, ela é o seu próprio abraço (…).
A composição “Mulher” (Carla Casarim e Lívia Itaborahy) também versa sobre a liberdade feminina, ornada pelo suingue do ijexá. A faixa começa à capela até a entrada dos tambores africanos harmonizados com a sanfona de Cicinho. A terceira canção, “Do Jeito que Sou” (Eliane Shambala), tem participação especial da cantora Janayna Pereira, cuja letra reafirma que a mulher pode ser o que quiser, sem precisar seguir padrões. O arranjo da canção traz a alegria brincante do cacuriá maranhense. A feminilidade vem inserida tanto na letra quanto no ritmo que induz à leveza da dança popular. Fechando o EP, o xote “Heróis da Vaidade” (Verônica Ferriani) nos transporta para o nordeste de Luiz Gonzaga. A música é um embate bem humorado entre uma mulher e um homem: ela só quer seu espaço, ser respeitada em sua liberdade e suas escolhas.
Além de Cicinho Silva, nos arranjos e no acordeon, Equidade tem participação dos músicos Digo Ferreira (baixo, guitarra e cavaco), Antônio Batista (violão), Lucas Brogiolo (percussão), Ivan Rodrigo (zabumba e triângulo) e Joel Bertolini (bateria), além de Leonardo Mathumano e Willian Silva (vocais).
Esse lançamento é resultado do projeto Equidade Musical – idealizado por Cicinho Silva (irmão da cantora) e coordenado pela produtora Elielma Carvalho. A proposta foi gravar um EP com composições que ecoassem a força da mulher na arte, na cultura, no dia a dia e na sociedade. Neide Nazaré revela que a canção “Essência” nasceu junto com o projeto e sintetiza toda a ideia contida no disco. “Tanto a canção quanto o EP Equidade traduzem minha vivência em sociedade, na vida privada e na música, em especial no campo do forró que ainda é um território muito masculino, onde enfrentei várias situações de preconceito”, confessa a intérprete. “As composições se complementam, conversam umas com as outras e traduzem as dores e alegrias, sejam as minhas ou de todas as mulheres que buscam seu espaço no mundo contemporâneo. Equidade, significa adaptar uma regra existente à situação concreta. Desta forma, o conteúdo de Equidade está em total consonância com o significado de seu nome”, finaliza Neide Nazaré.
Faixas:
- 1 – “Essência” (Neide Nazaré);
- 2 – Mulher” (Carla Casarim e Lívia Itaborahy);
- 3 – “Do Jeito que Sou” (Eliane Shambala);
- 4 – “Heróis da Vaidade” (Verônica Ferriani).
Neide Nazaré
Neide Nazaré (São Paulo/SP) é filha de nordestinos, cantora, compositora e mestra em vários instrumentos musicais. Tem como referência seu pai, Luiz Nazaré, apresentador e fundador da Praça do Forró, em São Miguel Paulista, com quem aprendeu o valor da rica cultura do forró pé de serra. Aos 12 anos, aprendeu a tocar instrumentos de percussão (zabumba e triângulo) e, aos 13, iniciou estudo de canto e sanfona. Aos 15 anos, ministrava aula de sanfona e teoria musical, e começou a compor. Sua carreira foi consolidada como Neide Gara-pé, nome sugerido pelos sanfoneiros Cicinho Silva (seu irmão) e Luiz Fernando, que remetia ao estilo de forró e homenageava os trabalhadores da cana-de-açúcar. Seu primeiro show foi ao lado do pai e de suas irmãs, na Praça do Forró, em 1884; mesmo ano, local, em que foi apelidada por Dominguinhos de “A Princesinha de Nazaré” ao convidá-la ao palco para dar uma ‘canja’.
Somente em 2022, alterou o nome para Neide Nazaré, quando lançou singles pela gravadora Atração – Até Quando (composição e participação do cantor, compositor e violonista pernambucano Petrúcio Amorim) e Do Jeito que Você Quiser. Seus demais singles lançados nos últimos anos são: Meu Lindo Querubim (2021); Meu Grande Amor (2021); Esse É o Trem da Vida (2022); Coração Criolo (2022, composição de Téo Menezes; arranjo e direção musical de Cicinho Silva), que gerou seu projeto Brasil África – Coração de Crioulo; Meninas Xaxadeiras (2023); e Chorou Feito Um Menino (2024).
Neide realizou o projeto Oh Saudade com recursos da Lei Aldir Blanc, em 2021, e pelo do 3º Edital de Fomento ao Forró, em 2023. A artista já se apresentou ao lado de importantes grandes nomes da música brasileira como Anastácia, Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeom, Zeca Baleiro, Trio Nordestino, Janayna Pereira, Bernadete França, Digo Ferreira, Mestre Marrom, Kojak do Forró, Dió de Araújo e outros. Entre as suas conquistas, foi vencedora do Festival Nacional Qualicut da Qualicorp (2021); Vice-campeã do Festival de Forró Lua Cheia (2022); Melhor Intérprete do Festival Nacional de Forró de Itaúnas – FENFIT (2022) e, no mesmo festival, em 2014, venceu na categoria de Melhor Letra (“Jeito Baiano”) e foi indicada como Melhor Intérprete. Recentemente, foi uma das homenageadas como Mulheres Inspiradoras pela ADDJSPB – Associação dos DJs de São Paulo e do Brasil.
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Fonte : Eliane Verbena | Fotos: Monique Brazão