Espetáculo “Solidão de Caio F.” em cartaz no Teatro Glauce Rocha no Rio de Janeiro
. Sortimentos Programação Digital . Peças de Teatro no Rio de Janeiro . O espetáculo “Solidão de Caio F”, obra que homenageia o escritor Caio Fernando Abreu em uma reflexão sobre a solidão, a morte e a busca pelo amor nas metrópoles, faz temporada de 5 a 27 de julho de 2025, no Teatro Glauce Rocha ( Av. Rio Branco, 179 – Centro ), no Rio de Janeiro / RJ. Com direção de Alexandre Mello a peça une dois contos do autor sobre esses temas (“Uma praiazinha de areia bem clara, ali, na beira do sanga” e “Dama da Noite”), além de cartas escritas entre 1987 e 1990. As sessões são sextas e sábados, às 19h e aos domingos, às 18h. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).
Espetáculo “Solidão de Caio F.”
A busca pelo amor verdadeiro nas grandes metrópoles e a poesia extraída da dor de se sentir só permeiam os textos do jornalista, dramaturgo e escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996), que deixou uma extensa obra, composta por contos, romances, novelas e peças teatrais. Em cena, imagens que evocam uma época de homofobia explícita por conta da desinformação sobre a Aids e a grande dor existencial desta geração que viveu o golpe militar e a decadência das artes e da cultura no país.
Na trama, um único homem, o escritor, desdobra-se em dois personagens, que estão em um mesmo ambiente, mas não se encontram, por pertencerem a contos diferentes. Os atores Hilton Vasconcellos e Rick Yates são cérebro e coração do autor, num mesmo espaço-tempo, contracenando indiretamente. Quando um é autor, o outro é personagem e vice-versa.
A encenação optou por explorar uma imagem bastante popular da famosa tela de Van Gogh, que retrata seu quarto, como suporte para a cena de Caio F. Os personagens habitam esse mesmo quarto, onde suas
memórias e impressões do mundo e da vida se expressam através das imagens daqueles tempos.
“Este monólogo-tributo foi escrito durante a pandemia, quando a palavra de Caio parecia “gritar pelos cantos’’. Suas crônicas e cartas nos anos 1990 denunciavam a ignorância em torno de um vírus, também desconhecido, e desmascaravam a covardia dos que usavam a epidemia para impor o ódio e o preconceito. O universo de Caio é o mesmo dos que insistem em continuar, dos que tentam não sucumbir às mazelas diárias”, descreve o ator Hilton Vasconcellos.
“As palavras de Caio parecem ter sido feitas para as ações que nascem no coração. Tudo ali é à flor da pele e nos emociona. O que é descritivo nos seus textos é cinematográfico, gerando imagens que
ativam todos os nossos sentidos. Minha paixão pela obra dele é de longa data”, acrescenta Rick Yates.
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu é um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos. Se estivesse vivo completaria 77 anos em 2025. Inovador, Caio F imprimia em seus contos uma narrativa cinematográfica, detalhada, delicada e ácida.
O autor integra uma geração que vai dos hippies, passando pelos “punks” e “clubbers”, e acaba devorada pela Aids nos anos de 1980/90. Seus contos têm imagens potentes, são histórias cinematográficas da solidão de seus personagens na selva urbana.
Fonte : Rachel Almeida – Racca Comunicação