Festival Kino Beat : ‘Residência Formigueiro’ contará com 17 residentes entre artistas, biólogos, arquitetos e urbanistas

Festival Kino Beat Residencia Formigueiro - Programação Digital
Festival Kino Beat Residencia Formigueiro - Programação Digital
Festival Kino Beat Residencia Formigueiro – Programação Digital

Programação Digital

Festival Kino Beat : ‘Residência Formigueiro’ contará com 17 residentes entre artistas, biólogos, arquitetos e urbanistas

A partir de 18 de janeiro de 2023, 17 residentes entre artistas, biólogos, arquitetos e urbanistas iniciam a Residência Formigueiro, atividade que marca o lançamento da 8ª edição do Festival Kino Beat. Através de novas abordagens, o festival dá continuidade às discussões e temáticas levantadas em sua edição anterior: os reinos naturais e o papel da humanidade na acelerada transição ambiental planetária.

Contemplado pelo programa Cultura Circular 2022 o 8º Kino Beat se estrutura essencialmente como uma residência, um espaço experimental de pesquisas e trocas entre artistas e pesquisadores da biologia e da arquitetura e urbanismo. Ao longo de três semanas serão estimuladas trocas entre pessoas, linguagens e disciplinas para a criação de trabalhos artísticos inéditos, alicerçados em dois pilares: formigas e cidades.

A Casa de Cultura Mario Quintana, com suas diversas salas, andares e passarelas, assim como um formigueiro repleto de túneis e câmaras, será o ponto de partida relacional com o restante da cidade para o desenvolvimento das pesquisas e criações.

Os 17 residentes desenvolverão seus projetos, que serão exibidos a partir de 09 de fevereiro na Sala Sotero Cosme do MAC, na Casa de Cultura Mario Quintana, em cartaz até 26 de março. Integram as atividades Fiona MacDonald, Leonardo Brawl Márquez, Hélio Soares Júnior, Estêvão da Fontoura, Joana Burd, Coletivo Grupelho, Livia Koeche, Leo Caobelli, Vicente Carcuchinski, Camila Leichter e Mauro Espíndola (Moinho Edições Limitadas), Tuane Eggers e Beto Mohr.

Além dos resultados das residências, a programação conta com atividades formativas e performances audiovisuais realizadas em parceria com o projeto Farol.live: no dia 17 de janeiro ocorre a colaboração Espírito, trabalho da dupla de músicos M Takara e Carla Boregas e o artista e programador Dimitre Lima; já em 31 de janeiro é a vez de Degelo, uma performance audiovisual sobre o aquecimento global, executada a partir de um instrumento criado por Henrique Roscoe. Em fevereiro, no dia 8 alguns artistas residentes, encabeçados pela companhia de dança e experimentação cênica Grupelho, apresentam na praça da Alfândega uma performance resultante das pesquisas da residência e no dia 25 o público poderá conferir outra performance derivada da residência na sala do Cine Santander.

Programação Festival Kino Beat

  • 18/01, quarta-feira, 18h – Sala Sérgio Napp 1 (2º andar da CCMQ)
  • Palestra de abertura com o biólogo Hélio Soares Júnior e o urbanista Leonardo Brawl

Em Mirmecoesfera: as formigas como agentes de transformação, a ideia de Hélio é conversar sobre quem são as formigas e o que faz desses pequenos seres pertencentes a uma única família, a Fomicidae – essa por sua vez encaixada no enorme e diversificado grupo dos Insecta – se destacar tanto na natureza. Para isso iremos conversar sobre a sua biologia e tentar responder a uma série de perguntas, tanto básicas sobre a alimentação das formigas como complexas sobre seus comportamentos e papéis ecológicos.

Já em Os desafios da cidade para além de pensar o futuro, a ideia de Leonardo é localizar as cidades no contexto das crises multidimensionais que o planeta está vivenciando, ao mesmo tempo que tentar fazer um apanhado geral das ferramentas e instrumentos desenvolvidos nos centros urbanos para a tomada de decisões sobre problemas estruturais que diferentes sociedades enfrentaram no passado, enfrentam no presente e terão que enfrentar no futuro, sobretudo em um panorama de disputa de narrativas e visões de mundo: de um lado economicistas e oligarcas, por outro, comunitaristas e horizontais. A ideia é lançar provocações que incentivem as pessoas a abraçarem a complexidade do organismo vivo Cidade, buscando ensaios de mundos alternativos que vão além das soluções baseadas na Natureza, chegando em possibilidades que aliam ideias socialmente justas e ambientalmente viáveis.


  • 19 e 20/01 (quinta e sexta), 10h às 12h – Sala Sérgio Napp 1 (2º andar da CCMQ)
  • Oficina “Comunidades interespecíficas e os espaços que habitam” com Daiana Schröpel

Atividade prático-reflexiva que propõe prospecções sobre a relação entre o humano e o não humano e suas interações com o meio que habitam. Por meio da reflexão sobre conceitos e noções pertinentes à temática proposta e da realização de caminhadas na Casa de Cultura Mário Quintana e em seu entorno, pretende-se desenvolver a percepção e a sensibilidade acerca do tema proposto. A partir da proposição de exercícios práticos voltados à observação e ao registro de relações interespecíficas, objetiva-se ampliar percepções e visibilidades sobre contextos ambientais locais, refletindo sobre as relações do humano com o seu entorno biótico e abiótico, assim como estimular a prospecção sobre outros modos de existência. Vagas esgotadas.


  • Exposição Coletiva: Residência Formigueiro – Galeria Sotero Cosme, MACRS, 6ª andar da CCMQ
  • Período de visitação: 10 de fevereiro a 26 de março de 2023.

Festival Kino Beat : programação em parceria com o Farol.live ( Farol Santander – Rua Sete de Setembro, 1028 – Centro Histórico ), em Porto Alegre / RS

17 de janeiro, 20h – “Espírito”

Uma colaboração entre a dupla de músicos M Takara e Carla Boregas e o artista e programador Dimitre Lima. “A ideia é criar uma peça inspirada nos percursos das águas subterrâneas canalizadas na região do Anhangabaú, seus momentos de transbordamento e alagamento, e o retorno caótico dessas águas para a natureza”, diz Boregas sobre a obra que traz uma reflexão sobre o conflito entre o urbano e o meio ambiente.

Carla Boregas é uma artista que trabalha com som explorando sintetizadores analógicos e digitais, baixo elétrico, gravação de campo e sons acústicos com ênfase em textura, repetição e sensorialidade. Criando atmosferas imersivas e também paisagens sonoras expansivas, tanto em seu trabalho solo quanto em colaboração com outros artistas. Ela começou em 2011, quando co-fundou o RAKTA. Ela também é metade do FRONTE VIOLETA, uma dupla transdisciplinar que investiga o som de forma multissensorial. Maurício Takara toca bateria e percussão com as bandas Hurtmold, RAKTA e São Paulo Underground (com o trompetista Rob Mazurek).

Takara também é muito ativo na cena de improvisação e música experimental de São Paulo. Em seu trabalho solo usa a bateria e a percussão em conexão com sintetizadores e efeitos eletrônicos, explorando o lado mais abstrato e melódico dos ritmos e dos sons percussivos.

Dimitre Lima é artista e programador. Utiliza tecnologia como ferramenta de expansão das possibilidades de expressão artística. Realizou projetos como o Poster Calendário Lunar (2011-2022), A obra VENTOAGUA na Galeria Digital do SESI-SP (2017) e o encerramento dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.


31 de janeiro, 20h – “Degelo”

É uma performance audiovisual sobre o aquecimento global, executada a partir de um instrumento criado pelo artista. A performance trata da forma desordenada que o ser humano tem tratado o planeta e o seu consequente resultado – o derretimento das calotas polares, causando uma modificação completa de todos os ecossistemas da terra. Durante aproximadamente 30 minutos, a apresentação intercala momentos de tensão com outros onde uma aparente calma é apenas um suspiro antes que novas fraturas voltem a acontecer. A performance é executada a partir de um instrumento criado pelo artista, que consiste em um bloco de isopor com 2 microfones (piezos) embutidos. O som captado é modulado por efeitos e gera padrões rítmicos intensos que transmitem a ideia de tensão, que permeia toda a apresentação. O instrumento é tocado arrancando-se partes dele até que sobrem apenas pequenos pedaços. uma câmera capta os movimentos das mãos tirando pedaços da chapa de isopor, e uma programação faz uma mistura de trechos curtos gravados ao longo da performance fazendo parecer que a mão que toca o instrumento na verdade está tirando pedaços das geleiras reais.

Henrique Roscoe é artista digital, músico e curador. Trabalha na área audiovisual desde 2004. É graduado em Comunicação social pela UFMG e Engenharia Eletrônica pela PUC/MG e tem especialização em Design pela FUMEC. No início de 2008 iniciou um novo projeto audiovisual conceitual e generativo chamado Hol, com o qual já se apresentou nos principais festivais de imagens ao vivo no Brasil como FILE, ON_OFF, Live Cinema, Multiplicidade, KinoLounge, FAD e também no exterior, na Itália (LPM), Suíça (Mapping Festival) e Bolívia (Dialectos Digitales). Participou de festivais de vídeo em vários países como Alemanha, França, Espanha, Holanda e EUA, com documentações de suas composições.


8 de fevereiro, quarta-feira – (horário a definir)

Alguns artistas residentes, encabeçados pela companhia de dança e experimentação cênica Grupelho apresentam na praça da Alfândega uma performance resultante das pesquisas da residência


25 de fevereiro, sábado, 20h

Performance audiovisual derivada da Residência Formigueiro na sala do Cine Santander.