Filmes no Festival de Cinema de Gramado 2021 : “Carro Rei”, “Jesus Kid”, “Homem Onça” e “Primeira Morte de Joana”

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Programação Digital : Festival de Cinema

Filmes no Festival de Cinema de Gramado 2021, que acontece entre 13 e 21 de agosto.

Filmes no Festival de Cinema de Gramado 2021 : “Carro Rei”, “Jesus Kid”, “Homem Onça” e “Primeira Morte de Joana”

CARRO REI

Combinando fantasia e drama social, CARRO REI, longa de Renata Pinheiro (“Amor, Plástico e Barulho”), terá sua primeira sessão no país durante o Festival de Cinema de Gramado. “Fazer a estreia brasileira no Festival, este ano, vem com a sensação de participar de um importante momento histórico. 2021 é um ano em que estamos lutando contra dois males que assolaram o mundo, a pandemia da Covid-19, e a política devastadora da extrema-direita. Este é um filme que utiliza o gênero fantástico para tratar de assuntos duros e urgentes.

Em Carro Rei, Uno tem um dom fantástico: ele consegue se comunicar com carros. Quando uma nova lei proíbe a circulação de carros velhos, e coloca a empresa de táxi do seu pai em perigo, o rapaz busca orientação com seu melhor amigo de infância, um carro de inteligência extraordinária. Junto com seu tio, um mecânico inventivo, eles armam um plano para burlar a lei, transformando carros velhos em “novos”. O carro renasce e seu nome é Carro Rei – um carro que pode falar, pode ouvir, pode até se apaixonar. Um carro que tem planos para todos.

O filme fez sua estreia mundial no Festival de Roterdã, em fevereiro passado, vem participando de diversos festivais ao redor do mundo e colheu diversos elogios.

JESUS KID

Baseado na obra homônima de Lourenço Mutarelli, o longa Jesus Kid tem roteiro original de Aly Muritiba e conta a história de Eugênio (Paulo Miklos), um escritor de pocket books de Western, que atravessa uma fase difícil. Seu personagem mais famoso, Jesus Kid, está indo mal de vendas e a editora ameaça tomar-lhe o personagem e entregá-lo a outro escritor. Então aparece o que poderia ser a sua salvação. Eugênio é contratado por um produtor e um diretor de cinema para escrever o roteiro de um filme. O único problema é que ele tem que escrever este roteiro dentro de um hotel luxuoso, do qual, por contrato, não pode sair por três meses.

O processo de adaptação do texto literário para um roteiro original de cinema foi bastante longo, começou em 2012 e terminou em 2019. Muritiba fez questão de criar uma história que tivesse a sua visão sobre o universo criado por Mutarelli, por isso o filme tem diferenças em relação ao livro.

Fã do gênero Western desde a infância, Muritiba usou diferentes referências para compor Jesus Kid, que vão de Jim Jarmusch, Irmãos Coen a Tarantino. “Gosto muito de Western. É um gênero que me acompanha desde a infância nos cinemas de lona que se instalavam do lado de minha casa em Mairi. Ali, nos anos 80, só se exibia Western Spaghetti, filmes de artes marciais e pornôs. E eu assistia muitos destes filmes porque era de minha casa que puxavam uma mangueira de água para abastecer os tonéis da equipe que cuidava daqueles cinemas itinerantes. Em troca recebíamos passe livre para assistir aos filmes, todos antigos e em cópias arranhadas. Essas foram as minhas primeiras experiências com uma projeção de cinema (não dá pra chamar de sala de cinema, porque estava mais para circo com arquibancadas de madeira)”, conta Muritiba. 

HOMEM ONÇA

Situado no final dos anos de 1990, HOMEM ONÇA, de Vinícius Reis, investiga como a história do país reflete e interfere na vida pessoal de Pedro, interpretado por Chico Diaz. O quarto longa do cineasta (A Cobra Fumou, Noite de Reis, e Praça Saens Peña), terá sua estreia no Brasil na mostra competitiva do Festival de Cinema de Gramado.

No filme, Pedro tem uma vida estável de classe média com sua mulher Sônia, interpretada por Silvia Buarque, que procura um emprego, e a filha adolescente, Rosa (Valentina Herszage). Pedro trabalha numa das maiores estatais do país, a fictícia Gás do Brasil. Tudo parece caminhar muito bem, um projeto de sustentabilidade desenvolvido por ele ganha um prêmio internacional, o que parece garantir o emprego de sua equipe, apesar da crise que a empresa começa a enfrentar. Seu corpo parece reagir a isso e manchas estranhas aparecem em sua mão.

O roteiro, assinado por Reis, em colaboração com Flavia Castro e Fellipe Barbosa, examina como o longo processo de privatização de estatais, no final dos anos de 1990, ressoa na vida dos empregados daquelas empresas. A perda da estabilidade e segurança emocional e econômica de Pedro é um reflexo da situação do Brasil. Assim, ao falar do passado, HOMEM ONÇA é um filme que também medita sobre o presente do país, sempre ameaçado de passar por uma nova onda de privatizações.

HOMEN ONÇA foi rodado no Rio de Janeiro, Petrópolis e Teresópolis, entre dezembro de 2017, e janeiro de 2018, e teve sua estreia mundial em fevereiro passado, no 5o Arthouse Asia Film Festival. O longa ainda inclui em seu elenco : Guti Fraga, Dani Ornellas, Tom Karabachian e Alamo Facó. O filme é produzido pela Tacacá Filmes, em coprodução com Blackforest Films (Alemanha), Parox SA (Chile), Canal Brasil e Globo Filmes.

A PRIMEIRA MORTE DE JOANA

“A história de Joana veio de um desejo de falar sobre coragem, a coragem de ser quem você realmente é diante da violência cotidiana que se experimenta quando se atravessa esse processo”, conta a diretora e roteirista Cristiane Oliveira (“Mulher do Pai”) sobre seu segundo longa-metragem, A PRIMEIRA MORTE DE JOANA, que terá estreia nacional na Mostra Competitiva no Festival de Cinema de Gramado. “Fico muito feliz que, depois de rodar por muitos países em festivais, o filme vai chegar ao Brasil na competição do Festival de Gramado. Apesar de não ser presencial, torço que o formato atual possa levar o filme para muito mais gente.”

O filme, que teve sua première mundial no 51º International Film Festival of India, em janeiro de 2021 tem como protagonista Joana (Letícia Kacperski), uma adolescente cuja vida começa a se transformar a partir da morte de sua tia-avó, de quem ela era muito próxima. Isso acaba refletindo também na relação com sua melhor amiga, Carolina (Isabela Bressane). Além de impressionada com a morte em si, Joana também começa a questionar uma história que corre na família: sua tia nunca namorou alguém, nunca se apaixonou. Em sua investigação, Joana parece querer descobrir o segredo da tia para entender o que ocorre com ela mesma. A PRIMEIRA MORTE DE JOANA traz personagens descendentes dos colonos alemães que se estabeleceram no sul do Brasil no século XIX. Marcas dessa origem permeiam o cotidiano de Joana e Carolina. E, apesar de situado em 2007, o longa dialoga com o Brasil do presente e seu cenário de retrocesso nas políticas públicas ligadas a gênero e sexualidade.

Publicação com apoio do site Sortimentos Eventos, Feiras e Entretenimento