Comédia “Uma Shirley Qualquer” com Susana Vieira no Teatro do Sesc Palladium

Comédia “Uma Shirley Qualquer” com Susana Vieira - Programação Digital
Comédia “Uma Shirley Qualquer” com Susana Vieira - Programação Digital
Comédia “Uma Shirley Qualquer” com Susana Vieira – Foto Edgard Jordão

Programação de Digital

Comédia “Uma Shirley Qualquer” com Susana Vieira no Teatro do Sesc Palladium

A atriz Susana Vieira celebrando 60 anos de carreira e 80 anos de vida apresenta a comédia “Uma Shirley Qualquer”, nos dias 22 e 23 de outubro de 2022 (sábado, às 20h30 e domingo, às 19h), no Grande Teatro do Sesc Palladium. A montagem tem versão brasileira de Miguel Falabella para o clássico ‘Shirley Valentine’, de Willy Russel, e direção de Tadeu Aguiar. Duração: 90 minutos. Ingressos nas bilheterias do teatro. Plateias 1, 2 e 3 por R$ 75,00.



Comédia “Uma Shirley Qualquer” com Susana Vieira

Casada, mãe de dois filhos, Shirley Valentim convive com o pior tipo de solidão: aquela que se sente mesmo estando acompanhado. Atire a primeira pedra quem nunca conversou com as paredes em uma situação como essa. Elas podem não ser as companheiras mais eloquentes, mas ao menos sabem ouvir, qualidade cada vez mais rara. É com elas que a protagonista divide suas angústias, relembra as situações inusitadas e engraçadas que marcam a sua trajetória, e busca entender onde foram parar seus sonhos. Após temporada de sucesso em Portugal, Susana Vieira volta aos palcos brasileiros com o monólogo “Uma Shirley Qualquer”, versão de Miguel Falabella para a comédia ‘Shirley Valentine’, de Willy Russel. Belo Horizonte recebe o espetáculo nos dias 22 e 23 de outubro, sábado às 20h30 e domingo às 19h, no Grande Teatro do Sesc Palladium.

“Uma Shirley Qualquer” conquista plateias do mundo inteiro desde sua primeira versão, em 1986, quando estreou em Londres, sendo agraciado com o prêmio Laurence Olivier Awards de melhor comédia e melhor atriz (Pauline Collins). Em 1989, entrou em cartaz na Broadway e Pauline Collins levou para casa o Tony Award. No mesmo ano, estreou a versão cinematográfica, também com Pauline Collins, indicada ao Oscar e Globo de Ouro, e vencedora do British Academy Film Award.

A versão brasileira fez uma breve turnê nacional em 2016, chegando a São Paulo em 2017, com direção do próprio Miguel Falabella. Tadeu Aguiar assina a direção da nova temporada, que celebra os 60 anos de carreira e 80 anos de vida de Susana Vieira, que se apaixonou-se pela peça à primeira leitura. “Quando Miguel me entregou o texto, fiquei encantada, fascinada pelo humor da personagem, pela força e coragem que ela tem de ir atrás da felicidade. Shirley vai à luta. Todas nós mulheres temos várias coisas dela, por mais diferentes que possamos ser”, conta. A atriz ressalta que, apesar da dureza da vida, Shirley jamais perde o bom humor. E, se as paredes são a companhia da personagem, Susana tem a plateia como confidente: “É um monólogo, mas não me vejo sozinha em cena. Somos o público e eu”, celebra.

O texto passeia pela comédia com muita sutileza, gerando uma identificação imediata do público. A versão de Miguel Falabella, assim como o original de Willy Russel, traz um olhar afetivo sobre o ser humano e as relações familiares. Com uma abordagem longe de estereótipos e personagens cheios de verdade e sede de vida, o espectador é levado da gargalhada ao nó no peito em segundos. “O humor é a forma mais verdadeira e humana de chegar ao coração das pessoas”, exalta Falabella.

A peça traz essa protagonista solitária que decide conhecer a Grécia, ao lado de sua melhor amiga Wanda, sem a família, nem mesmo Joel, o marido controlador. Shirley decide embarcar nessa viagem – uma divertida jornada ao encontro do seu verdadeiro eu. Ela está cansada da indiferença do marido, cuja principal preocupação é saber se terá carne no jantar. Os filhos, Milandra e Jorge, cresceram e só lembram da mãe na hora dos problemas. Com o passar dos anos, no lugar da mulher cheia de anseios e vontade de viver, só resta aquela que se deixa levar por situações comuns do dia a dia, que nem de longe se parece com a figura que protagoniza as boas memórias que tem da juventude.

Quando Shirley Valentim transformou-se em “uma Shirley qualquer”? Atrás dessa resposta, ela cria coragem e embarca com destino à Grécia escondida de Joel. É um voo rumo à liberdade, à possibilidade de reencontro com a menina sonhadora e cheia de vida que Shirley foi um dia.

A protagonista fala do ser humano, daquele instante em que se percebe que o tempo passou e a vida ficou parada em alguma esquina. Mostra que nunca é tarde para recomeçar e tomar um bom vinho branco para encarar os fatos com leveza e bom humor, até quando tudo parece estar dando errado. Os dilemas de Shirley são tão dela quanto nossos e podem fazer parte da rotina de qualquer espectador.